A Polícia Federal cumpre mandados de busca e apreensão nesta sexta (20/12) contra um desembargador do estado do Mato Grosso por suspeita de participação em mais um esquema de venda de sentenças.
O nome do magistrado não foi divulgado e nem os locais onde os mandados são cumpridos. A operação foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As primeiras informações apontam que duas pessoas ligadas ao desembargador estão na mira da operação.
Esta é a segunda operação da PF no Judiciário do Mato Grosso em menos de dois meses por suspeita de venda de sentenças. Em meados de novembro, dois desembargadores do estado foram alvos de mandados de busca e apreensão, também autorizados por Zanin, após terem sido afastados das atividades pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Além de venda de sentenças judiciais, eles também são suspeitos de vazarem informações sigilosas. O esquema, disse a PF na época, era operado por advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e os próprios magistrados.
“Os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses. Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais”, disse a PF naquele dia.
O Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) disse que colabora com as investigações e que se coloca à disposição para fornecer informações. “O Poder Judiciário enfatiza que cumpre integralmente as determinações do Supremo Tribunal Federal e adota as medidas cabíveis para assegurar o esclarecimento dos fatos”, completou.
Um mês antes, outros cinco desembargadores foram alvos de uma operação da PF também por suspeita de venda de sentenças no estado vizinho do Mato Grosso do Sul – incluindo o presidente Sergio Fernandes Martins. Além dos magistrados, a autoridade também mirou advogados, servidores e empresários suspeitos de se beneficiarem do esquema.