Bonecas que simulam bebês realistas tomaram conta das redes sociais nas últimas semanas; psicóloga explica o que está por trás da febre e quais cuidados devem ser tomados
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Bonecas que simulam bebês realistas tomaram conta das redes sociais nas últimas semanas; psicóloga explica o que está por trás da febre e quais cuidados devem ser tomadosA onda das bebês reborn tem inundado as redes sociais nas últimas semanas, se tornando um dos assuntos mais comentados na internet e gerando uma trend em que colecionadores compartilham a rotina e os detalhes de suas bonecas reais.Uma bebê reborn é feita para parecer uma recém-nascida de verdade, com cada detalhe da boneca sendo pensado e criado. A textura da pele, os fios dos cabelos, os olhos, os cílios, veias e até rugas na pele são desenhados para se assemelhar a um bebê real.O que é uma bebê reborn?Uma bebê reborn imita recém-nascidos com alta precisão, incluindo pele texturizada e cabelos realistas, sendo fabricadas artesanalmente e vendidas em lojas especializadas. Em marketplaces na internet, podem ser encontradas por entre R$ 300 até R$ 10 mil, a depender da qualidade do produto.Por ser construída detalhadamente e feita a mão, esse tipo de boneca pode sair bem mais cara do que as bonecas comuns. Além da construção, o material e a técnica também se diferem.O cabelo, por exemplo, é construído fio a fio para parecer um cabelo real. O material utilizado para fazer a pele também se difere bastante, sendo revestido de silicone e desenhado para imitar os movimentos das articulações de um bebê de verdade.Conhecidas também como “bonecas realistas”, os preços de cada boneca podem chegar a R$ 10 mil Bebê reborn é um tipo de boneca que tem como principal característica se parecer com um bebê de verdade – Amazon/Reprodução/NDO nome “reborn” (“renascido”, em português) tem origem em uma técnica de transformar bonecas de vinil em algo mais real, impressionante e autêntico, utilizando ferramentas e técnicas de maquiagem ou pintura.Essa ideia de “boneca recém-nascida” veio dos Estados Unidos na década de 1990, quando alguns artistas e também colecionadores começaram a modificar suas bonecas de vinil para ter resultados mais realistas, que impressionassem pelos detalhes.Essa técnica foi ganhando fama, ficando popular e se espalhando para outros lugares, como o Brasil. Atualmente, existem centenas de marcas que fabricam e também milhares de fãs desse tipo de boneca.Pelas redes sociais, como o TikTok e YouTube, alguns colecionadores adoram mostrar suas coleções caríssimas e especiais de bebê reborn. Alguns canais chegam a ultrapassar 1 milhão de inscritos que acompanham a rotina das bonecas realistas. Famosos como Britney Spears, Gracyanne Barbosa e até o Padre Fábio de Melo também entraram na onda.Em Joinville, no norte de Santa Catarina, a artesã e empresária Andréia Bertoli criou uma maternidade de bebês reborn, que inclui confecção de carteira de identidade e teste do pezinho para as bonecas.O que está por trás da febre de bebê reborn?Em entrevista ao programa Ver Mais Itajaí, da NDTV RECORD, a psicóloga Danielle Mendes explica que um fator importante para a popularização das bebês reborn é o vínculo que as “mães” conseguem criar com as bonecas. “Elas podem ser utilizados para simbolizar uma perda, um luto, um trauma de infância, algo assim. Mas é apenas um símbolo, algo que se utiliza dentro do processo para a pessoa conseguir ressignificar aquele trauma”, argumenta.Para além do fator psicológico, Danielle entende que, com a viralização das bonecas e a adesão de famosos à onda, muitas pessoas passam a adquirir para se sentirem parte de algo maior. “Tem algumas pessoas que utilizam disse para um senso de pertencimento. Se todo mundo tem, por que eu não vou ter?”, esclarece.A febre chegou, inclusive, ao Poder Legislativo. Na cidade do Rio de Janeiro, a Câmara de Vereadores aprovou, no início deste mês de maio, um projeto de lei que inclui o “Dia da Cegonha Reborn” no calendário da cidade do Rio de Janeiro, a ser celebrado anualmente em 4 de setembro. O objetivo é homenagear as artesãs que confeccionam os bebês. O projeto ainda precisa ser sancionado pelo prefeito Eduardo Paes (PSD).A psicóloga, apesar de entender que pessoas adultas também podem brincar, alerta para os riscos que a “mãe de bebê reborn” precisa tomar. “Pode ser saudável se a pessoa souber separar o que é ficção do que é realidade. Quando ela começa a tratar um boneco como se fosse alguém real, ela sai da realidade e vai para a fantasia. Aí é um sinal de alerta”, orienta.Danielle instrui as “mães de bebê reborn” a cuidarem para, principalmente, cuidar com os vícios que o hobby pode trazer. “É preciso ter atenção para algumas situações, como a função que aquela boneca está ocupando na vida da pessoa. Tem gente que acaba deixando a vida, saindo da sociedade, do trabalho, do convívio, para viver em função de uma boneca”,alerta.Publicidade