Luiz Fux está, desde maio de 2024, com o recurso que analisará a decisão do TSE de tornar Bolsonaro inelegível
Sim: Bolsonaro ainda pode concorrer à eleição de 2026, caso o tribunal reverta a decisão da Corte Eleitoral e lhe devolva os direitos políticos. Considerando o histórico de derrotas do ex-presidente no tribunal e o amplo placar do TSE ao condená-lo (5 a 2), em junho de 2023, é improvável que isso ocorra. Mas por que Fux, até hoje, não deu seu voto? Por que o STF ainda não decidiu de vez que Bolsonaro está inelegível?
A Procuradoria-Geral da República (PGR) defende que a decisão do TSE seja mantida. Bolsonaro foi condenado por desacreditar as urnas eletrônicas em uma reunião com diplomatas no Palácio da Alvorada, em 2022. Os ministros da Corte Eleitoral concluíram que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
No gabinete de Fux e entre ministros do Supremo, a percepção de que haveria alguma chance de ele votar a favor da reversão da decisão do TSE é nula.
Bolsonaro poderá recorrer ao plenário, onde a tendência seria um massacre de 9 a 2, com a previsível decisão de André Mendonça e Kassio Nunes Marques a favor dele, e os demais contrários.
Fux não fala sobre o assunto, mas, a interlocutores, tem dito que não vai passar o processo na frente de outros por questões políticas. Mas não decidir também é uma decisão política. Um Bolsonaro esperançoso de concorrer é um Bolsonaro que segue, a cada entrevista, desmerecendo outros pretendentes da direita ao cargo, pulverizando o campo e, de certa maneira, dando uma mãozinha a Lula. Quanto mais fragmentada a direita, melhor para o petista.