Ato no Rio com Bolsonaro e líderes da direita tem pedido de anistia e duras críticas ao STF

A Gazeta Popular
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Com o foco na anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023, a manifestação organizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo pastor Silas Malafaia, neste domingo (16), deixou o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em segundo plano.

Mas o governo federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram citados em tom crítico em várias oportunidades. O ato ocorreu em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na manhã e início da tarde deste domingo (16).

O ex-presidente Jair Bolsonaro destacou algumas mulheres que estão presas ou que tiveram os maridos presos nos atos de 8 janeiro. Ele reforçou a necessidade de aprovação do projeto de lei da anistia. Na sequência, Bolsonaro reforçou que não houve tentativa de golpe.

Em outro momento, Bolsonaro voltou a acusar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de abuso de poder e afirmou que as investigações contra ele são sigilosas e motivadas por perseguição política.

“Começaram a me investigar em julho de 2021. Nos acompanharam 24 horas por dia para minar minha presidência desde então. O que querem de mim?” questionou. Ele ainda afirmou que foi tornado inelegível por razões políticas, sem envolvimento em corrupção.

Além dos pedidos de anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023, as críticas a Moraes tiveram destaque ao longo da manifestação. O ministro foi citado por grande parte dos políticos que discursaram.

O atual governo e o presidente Lula também foram alvos das críticas dos políticos da direita e dos manifestantes presentes no protesto. A inflação dos alimentos foi mencionada em vários momentos. Bolsonaro comparou as realizações de seu governo com as ações da gestão atual.

O ato teve início com discursos de pastores evangélicos e políticos aliados de Bolsonaro, tais como os senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta, o deputado federal Nikolas Ferreira, e os governadores Cláudio Castro (RJ) e Tarcísio de Freitas (SP), entre outros.

O pastor Silas Malafaia também discurso e apontou decisões de Moraes que colocam a segurança jurídica do país em risco. Ele também criticou os múltiplos papéis do ministro nos inquéritos, como vítima e julgador.

O foco da manifestação no Rio havia sido discutido anteriormente por seus organizadores

Até fevereiro deste ano, debatia se o pedido de impeachment contra Lula também entraria como prioridade do protesto. No entanto, o ex-presidente defendeu que o ato fosse centrado nos presos e que as críticas contra o atual mandatário fossem direcionadas à rejeição de uma possível reeleição do petista.

No mesmo mês, Bolsonaro chegou a publicar um vídeo afirmando que a pauta seria liberdade de expressão, segurança, custo de vida, “Fora Lula 2026” e “anistia já”. Entretanto, o presidente indicou a mudança de rumo em vídeo publicado na última segunda-feira (9), quando aliados próximos afirmaram que a anistia seria a pauta principal do protesto.

Dentre as hipóteses para a mudança do foco está a percepção de que o ex-presidente precisa manter a polarização com Lula para preservar seus capital político. Outra possibilidade avaliada por analistas do mundo político é o fato de que a defesa da anistia ao presos do 8 de janeiro também beneficiaria Bolsonaro, que foi indiciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto golpe de Estado.

O ato deve contar com membros de peso da oposição, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES); o pastor Silas Malafaia e os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), Gustavo Gayer (PL-GO), Luciano Zucco (PL-RS), Sargento Fahur (PSD-PR), Zé Trovão (PL-SC), Joaquim Passarinho (PL-PA), Júlia Zanatta (PL-SC), Carol De Toni (PL-SC), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Capitão Alden (PL-BA), Maurício Marcon (Podemos-RS), Rodolfo Nogueira (PL-MT), Sanderson (PL-RS) e Hélio Lopes (PL-RJ).

Os governadores Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Tárcísio Gomes de Freitas, de São Paulo; e Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, confirmaram a ida ao ato. Já o governador Ronaldo Caiado (União), de Goiás, disse que não irá ao evento, mas que defende a anistia.

“No domingo, estarei mobilizando colegas de outros estados. A partir de agora, viajarei mais, pois o único problema identificado nas pesquisas é que sou pouco conhecido”, disse Caiado ao jornal O Estado de São Paulo.

Além dele, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, não irá participar do ato. “Não vou. Nunca fui a esses eventos. Acho que a anistia deve ser revista, tem gente injustiçada, mas não vou”, disse o chefe do Executivo paranaense em entrevista ao Valor Econômico.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro cancelou a ida ao evento por motivos de saúde. Segundo sua assessoria, ela se encontra em pós-operatório devido a uma cirurgia e possui restrições médicas.

O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) é um dos que ressaltam que a principal preocupação no ato deve ser a situação das pessoas presas em decorrência das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). “É claro que tirar o Lula é muito importante para o país, mas a gente não pode se esquecer, em primeiro lugar, das vítimas desses absurdos.”

Ele cita o caso de Debora Rodrigues dos Santos como um exemplo. Ela está presa há quase dois anos por pixar a frase “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, que se localiza em frente ao STF, durante os atos de 8 de janeiro de 2023. “É um caso impactante de uma mulher que não fez absolutamente nada, sem antecedentes criminais, sem julgamento, fica dois anos presa. É inaceitável”, afirmou Marcon.

O deputado Capitão Alden (PL-BA) também ressalta a necessidade de se defender a liberdade de expressão, que, segundo ele, está sob ameaça. “Neste dia, defenderemos a nossa liberdade de expressão, que gradativamente estamos perdendo nesta “censura” velada”, criticou.

O parlamentar também citou as preocupações com a segurança pública e fez críticas ao governo Lula. “A segurança pública jamais poderá ser esquecida, pois o Brasil está jogado nas mãos da criminalidade. E o “Fora Lula 2026” é um tema que também estará no contexto.”

Essa será a quarta manifestação protagonizada pelo ex-presidente. A primeira ocorreu na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro do ano passado. Já o segundo ato ocorreu no Rio, também em Copacabana, em 21 de abril. O terceiro protesto voltou a ocorrer na capital paulista, no feriado de 7 de setembro de 2024.

Depois do ato no Rio, a próxima manifestação está marcada para 6 de abril deste ano, na Avenida Paulista e também terá a anistia como foco.

 

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Com o foco na anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023, a manifestação organizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo pastor Silas Malafaia, neste domingo (16), deixou o pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em segundo plano.Mas o governo federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram citados em tom crítico em várias oportunidades. O ato ocorreu em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na manhã e início da tarde deste domingo (16).O ex-presidente Jair Bolsonaro destacou algumas mulheres que estão presas ou que tiveram os maridos presos nos atos de 8 janeiro. Ele reforçou a necessidade de aprovação do projeto de lei da anistia. Na sequência, Bolsonaro reforçou que não houve tentativa de golpe.Em outro momento, Bolsonaro voltou a acusar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de abuso de poder e afirmou que as investigações contra ele são sigilosas e motivadas por perseguição política.“Começaram a me investigar em julho de 2021. Nos acompanharam 24 horas por dia para minar minha presidência desde então. O que querem de mim?” questionou. Ele ainda afirmou que foi tornado inelegível por razões políticas, sem envolvimento em corrupção.Além dos pedidos de anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023, as críticas a Moraes tiveram destaque ao longo da manifestação. O ministro foi citado por grande parte dos políticos que discursaram.O atual governo e o presidente Lula também foram alvos das críticas dos políticos da direita e dos manifestantes presentes no protesto. A inflação dos alimentos foi mencionada em vários momentos. Bolsonaro comparou as realizações de seu governo com as ações da gestão atual.O ato teve início com discursos de pastores evangélicos e políticos aliados de Bolsonaro, tais como os senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta, o deputado federal Nikolas Ferreira, e os governadores Cláudio Castro (RJ) e Tarcísio de Freitas (SP), entre outros.O pastor Silas Malafaia também discurso e apontou decisões de Moraes que colocam a segurança jurídica do país em risco. Ele também criticou os múltiplos papéis do ministro nos inquéritos, como vítima e julgador.O foco da manifestação no Rio havia sido discutido anteriormente por seus organizadoresAté fevereiro deste ano, debatia se o pedido de impeachment contra Lula também entraria como prioridade do protesto. No entanto, o ex-presidente defendeu que o ato fosse centrado nos presos e que as críticas contra o atual mandatário fossem direcionadas à rejeição de uma possível reeleição do petista.No mesmo mês, Bolsonaro chegou a publicar um vídeo afirmando que a pauta seria liberdade de expressão, segurança, custo de vida, “Fora Lula 2026” e “anistia já”. Entretanto, o presidente indicou a mudança de rumo em vídeo publicado na última segunda-feira (9), quando aliados próximos afirmaram que a anistia seria a pauta principal do protesto.Dentre as hipóteses para a mudança do foco está a percepção de que o ex-presidente precisa manter a polarização com Lula para preservar seus capital político. Outra possibilidade avaliada por analistas do mundo político é o fato de que a defesa da anistia ao presos do 8 de janeiro também beneficiaria Bolsonaro, que foi indiciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto golpe de Estado.O ato deve contar com membros de peso da oposição, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta (PL-ES); o pastor Silas Malafaia e os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), Gustavo Gayer (PL-GO), Luciano Zucco (PL-RS), Sargento Fahur (PSD-PR), Zé Trovão (PL-SC), Joaquim Passarinho (PL-PA), Júlia Zanatta (PL-SC), Carol De Toni (PL-SC), Bia Kicis (PL-DF), Carlos Jordy (PL-RJ), Capitão Alden (PL-BA), Maurício Marcon (Podemos-RS), Rodolfo Nogueira (PL-MT), Sanderson (PL-RS) e Hélio Lopes (PL-RJ).Os governadores Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; Tárcísio Gomes de Freitas, de São Paulo; e Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, confirmaram a ida ao ato. Já o governador Ronaldo Caiado (União), de Goiás, disse que não irá ao evento, mas que defende a anistia.“No domingo, estarei mobilizando colegas de outros estados. A partir de agora, viajarei mais, pois o único problema identificado nas pesquisas é que sou pouco conhecido”, disse Caiado ao jornal O Estado de São Paulo.Além dele, Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD), governador do Paraná, não irá participar do ato. “Não vou. Nunca fui a esses eventos. Acho que a anistia deve ser revista, tem gente injustiçada, mas não vou”, disse o chefe do Executivo paranaense em entrevista ao Valor Econômico.A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro cancelou a ida ao evento por motivos de saúde. Segundo sua assessoria, ela se encontra em pós-operatório devido a uma cirurgia e possui restrições médicas.O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) é um dos que ressaltam que a principal preocupação no ato deve ser a situação das pessoas presas em decorrência das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). “É claro que tirar o Lula é muito importante para o país, mas a gente não pode se esquecer, em primeiro lugar, das vítimas desses absurdos.”Ele cita o caso de Debora Rodrigues dos Santos como um exemplo. Ela está presa há quase dois anos por pixar a frase “Perdeu, mané” na estátua “A Justiça”, que se localiza em frente ao STF, durante os atos de 8 de janeiro de 2023. “É um caso impactante de uma mulher que não fez absolutamente nada, sem antecedentes criminais, sem julgamento, fica dois anos presa. É inaceitável”, afirmou Marcon.O deputado Capitão Alden (PL-BA) também ressalta a necessidade de se defender a liberdade de expressão, que, segundo ele, está sob ameaça. “Neste dia, defenderemos a nossa liberdade de expressão, que gradativamente estamos perdendo nesta “censura” velada”, criticou.O parlamentar também citou as preocupações com a segurança pública e fez críticas ao governo Lula. “A segurança pública jamais poderá ser esquecida, pois o Brasil está jogado nas mãos da criminalidade. E o “Fora Lula 2026” é um tema que também estará no contexto.”Essa será a quarta manifestação protagonizada pelo ex-presidente. A primeira ocorreu na Avenida Paulista, em 25 de fevereiro do ano passado. Já o segundo ato ocorreu no Rio, também em Copacabana, em 21 de abril. O terceiro protesto voltou a ocorrer na capital paulista, no feriado de 7 de setembro de 2024.Depois do ato no Rio, a próxima manifestação está marcada para 6 de abril deste ano, na Avenida Paulista e também terá a anistia como foco.Publicidade


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